Os professores se surpreendem com o plágio possibilitado pela Internet porque são ou burros ou desmemoriados.
Quando eu estava no ginásio e adjacências (tempos pré-Internet, veja você), a técnica mais comum usada por meus coleguinhas era pegar uma enciclopédia e copiar o artigo relacionado até cansar. E, na faculdade, o esquema não mudava muito. A diferença era que era mais difícil descobrir o copiado. E que, ao copiar, pelo menos sabia-se o que estava escrito.
Um amigo meu - professor de um curso de inglês - achou a melhor forma d elidar com isso entre adultos: ao concluir que o texto control+c, control+v, ele dá dez e coloca um "muito bem" em letras garrafais. "Quer se enganar? Foda-se, o dinheiro não é meu", justifica.
Do ponto de vista da educação enquanto acúmulo de conhecimentos, não vejo muitos problemas com o plágio na maior parte das profissões. Claro, quero que os doutorados financiados com o dinheiro público sejam originais e que o meus texto não ganhem novos autores, mas não sei o quanto fazer ou não fazer trabalhos sem sentido - e a maior parte do que fazemos na escola é sem sentido - ajuda a aprender. Do ponto de vista da formação moral, o problema é mais sério.
Aposto minha habilidade de ler e escrever que os casos de plágio entre estudantes pré-universitários diminuíriam muito se os professores passassem trabalhos mais interessantes e pessoais. Mas Deus me livre de ter que fazer uma apresentação com Power Point.